sábado, 17 de julho de 2010


"-Vai doer muito, não é? - Arthur falou enquanto balançava a taça de sangue na mão e olhava intensamente a lareira. Marco permaneceu calado, sentado na poltrona verde-musgo que tanto adorava naquela sala tão preta e vermelha. No fundo ele sabia; iria doer e muito.
- Mas a pós-vida é assim mesmo. Criamos nossa prole como tem que ser e eles nos abandonam algum dia para criar a deles e assim por diante. Foi doloroso o abandono de Lydia, mas tinha que ser feito. - Arthur fez uma pausa para tomar outro grande gole da taça e fingir um profundo suspiro, como se estivesse recuperando o ar que a séculos não reside em seu corpo frio antes de continuar - Porém, não é este de dor o qual estamos nos referindo, certo, irmão? - como de costume, o sarcasmo fez-se presente na última palavra. Marco olhou para o Príncipe com rancor. Não gostava de lembrar de sua vida como humano, nem muito menos lembrar que por uma coincidência do destino, seu irmão caçula também virou  vampiro.
Arthur tomou o último gole da sua taça, e levantou-se para ir até uma mesa de bebidas com garrafas cheias de sangue de diferente tipos. Pegou uma no formato de uma garrafa de uísque, abriu-a e colocou o sangue na taça. Pela experiência de Marco, o sangue era A positivo.
- Não é certo, Arthur - disse depois de se distrair com o cheiro de um cachorro que passada na rua, para livrar-se do cheiro intenso do sangue. Arthur pareceu distrair-se também, apesar de não se saber o motivo. Virando-se para o moreno sentado, Arthur levantou a taça, cheirou-a e ofereceu para o irmão, que ignorou.
- Por quê? Por que ela não é a sua preciosa Saphira? - Marco, subitamente, levantou-se da cadeira indo em direção ao irmão com as mãos em prontidão numa velocidade que nenhum olho humano seja capaz de pegar, conseguindo encurralá-lo na parede. Mãos no pescoço.
- Cuidado com o que fala! - Arthur pareceu ter um lapso de medo do irmão, mas conseguiu sair do golpe do irmão, colocando-o na posição na qual ele - Arthur - estava antes. Com outro golpe ágil, mas sutil o suficiente para não dar tempo de defesa à Marco, Arthur derrubou-o no chão.
- Eu sou o Príncipe por escolha e voto do Conselho Justicar. Posição a qual você negou, lembra-se? Sou seu superior e líder, então, quem tem que ter cuidado é você, maninho. - ao terminar sua fala, Arthur estendeu sua mão para ajudar Marco a levantar-se, este, prontamente, recusou o auxílio do outro. Arthur fez cara de quem entendeu o recado, e caminhou até a mesa de copos, pegando uma taça, uma vez que a antiga quebrou-se com o ataque de Marco, e caminhou novamente para a mesa de bebidas, enchendo a taça.
- Um dia você vai ter que deixar ela ir embora. - falou ainda na mesa de bebidas, olhando fixamente para uma garrafa de vinho com sangue tipo O negativo. Arthur pareceu hipnotizado pelo líquido vermelho enquanto parecia lembrar de algo. Acordou do seu transe com a resposta do irmão.
- Sim, eu vou fazer isso. - Marco, depois de levantar-se, dirigiu-se à cadeira verde-musgo sentando-se novamente. Arthur virou-se, ficando num ângulo de 90º do irmão, sentando-se na cadeira mais próxima que havia perto dele, parecendo nem ao menos perceber isso.
- A questão, irmão, é quando você irá libertá-la. Ainda mais agora que vocês têm toda a eternidade."
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Conversa entre Marco Skoolter e Arthur Skoolter sobre a libertação de Sammantha LeCoutt em A Princesa dos Vampiros.


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Dói saber que não estarei aqui? - Kelly Clarkson, Never Again.


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Frase: "Ser vampiro não é necessariamente ser mau ou bom. Já ser humano não há escolha: seja bom e corra, seja mau e ganhe vantagem."
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Gabriel LeCoutt para Robert Thomas em A Princesa dos Vampiros.

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